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No mundo ficiticio de Gor muitas historias se desenrolam, essa é apenas uma, nos links de blogs ha historias de outros que tem seus caminhos cruzados e costurados pela agulha do destino, suas vidas contadas nas trilhas desse mundo brutal.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O RECOMEÇO



O Se'var tinha passado e ele havia sido o mais rigoroso e solitário dentre todos. Frio  e tempestades de neve assolaram constantemente Tsirq-Jula. As águas congelaram formando brancos lagos de gelo, na costa, o gelo que se formava impedia os navios de chegarem e partirem e os portos se fecharam. As mulheres, crianças e velhos recolhiam-se   junto ao fogo de suas casas. Longe dali , os homens faziam a guerra.  Os dias transcorreram tortuosamente lentos. Eu tive a companhia de Thassia naqueles meses escuros, eramos apenas mulheres, como muitas, em volta do fogo. Draco pela primeira vez em anos não estava comigo. Foi solitário.

O En'var chegou e com o ele o degelo, a neve derreteu e abasteceu os rios e fontes e liberou o mar para a chegada de navios. Os portos de Tsirq-Jula novamente se abriam. Era uma espera constante pelo retorno dos homens. Entenda, ele partem com a chegada do En'var atrás de pilhagens e retornam para suas mulheres e famílias  no Se'var. Esse ano, durante o Se'var, não houve o riso alegre nas mesas do long, nem tão pouco o silencio das partidas de Kaissa, havia somente o estalar do fogo e a saudade que varria o coração de cada um. O En'var não era epoca de retorno dos barcos e todos se perguntavam se veríamos as velas negras dos Drakkars no horizonte.  A cada por do sol eu jovaga meu olhar na linha tênue que dividia o mar e o céu na esperança de avistar as serpentes de Draco. Me perguntava se o ressentimento que havia partido com ele, tinha  dissipado. Dele eu só tinha noticias que chegavam aos pedaços, cantadas por algum skald ou sussurradas  aos ouvidos de alguma bond durante a embriagues com mead. Eu exigia saber de cada uma das historias que  contavam sobre o Tarsk Negro. De como ele andava trazendo para si os aliados, de como ele enganou e roubou a filha de uma das maiores casas mercantes de Tyros e envergonhou o próprio Ubar daquelas terras  deixando seu sobrinho sem a pretendente. Foi com isso que passei meu inverno, apenas com histórias contadas.

Naquela noite, junto ao fogo do meu salão, Tobyr me deixava a par das novidades. Draco era vitorioso, aclamado e a guerra era eminente, a capital do seu novo império devia ser transferida para Lydius bem como toda a sua família , seus comandante e jarl de alto posto. E foi assim que eu deixei Tsirq- Jula, minha casa por mais de trinta anos.



Já estive em Lydius antes, mas dessa vez a cidade me parecia mais estranha do que nunca. Eu vi os olhares desconfiados daquela gente. Havia animosidade. Aquela gente,  outrora um povo livre agora eram dominados por Torvaldslanders. Nâo me senti a vontade. Haviam guardas pelas ruas vigiando e controlando. Imaginei quantas sombras deviam agora espreitar os becos e vielas, sussurrando e conspirando, definitivamente não me sentia segura ali.

Acomodaram-me no que seria minha nova casa. As escravas mais antigas tinham vindo comigo e algumas  recentes capturas de Draco eram trazidas para me servir. Tentei transformar aquele lugar de pedra em meu novo lar. Thássia era a mais empolgada, divisava inúmeras possibilidades para seus estudos como Physycian, ficou encantada com  as novidades que surgiam em cada esquina, com a quantidade de produtos e ervas raras, vindas de todo canto de gor e  que podiam ser encontradas nos portos de Lydius . Para ela a cidade cheirava a liberdade e a civilidade, mas eu ainda não estava muito convencida disso.
Eu ainda não tinha encontrado Draco. Ele ainda não havia retornado com suas serpentes. Já se passavam duas mãos que eu aguardava seu retorno para o que seria o nosso novo lar.

Foi no meio da manha que os horns tocaram. Era o som mais doce que meu coração podia ouvir. Fiz como sempre fazia, desci em correria  as ruas daquela cidade em direção ao porto. Atrás de mim, uma leva de guerreiros desorientados e furiosos. Nâo me importava se ali não era Tsirq-Jula, se os guardas tinham ordens de manter-me segura, não importava quem eu era. Corri abrindo  passagem entre mercadores, homens suados e sujos, disputando espaço com as escravas das docas e bonds saudosas de seus Jarls, ignorando o olhar de  mulheres livres que recuavam o passo indignadas , me misturando as crianças que se apinhavam para ver os navios. E quando o vi, foi como se o tempo tivesse parado e o Se'var jamais tivesse existido.








Eu tinha o rosto iluminado pelo maior dos sorrisos quando adentramos o que seria nosso novo salão. A barba cobria  o bonito rosto do meu companheiro. Estava sujo , castigado pelo mar e pela viagem, corri os olhos e as mãos por seu corpo atrás de indícios que garantisse que ele estava bem. Ordenei às escravas que levassem paga, comida e preparassem a água do banho de meu senhor. No quarto ele me dava a noticia. Dois dias era o que poderia ficar antes de seguir os planos. Dois dias!!! Era muito pouco. Tentei dissuadi-lo, implorei para que adiasse a partida. Mas os homens estavam no calor da guerra, haviam dezenas de Jarls que haviam abandonado suas vilas e o seguido. Guerra, sangue dos inimigos, todos ansiavam por isso e ele não poderia prende-los ali por capricho de sua mulher. Tive vontade de gritar o quão injusto isso era, que para mim ele não precisava ser o Jarl dos Jarl, que não tinha que ser o Senhor do Norte e sim apenas meu homem e que eu já tinha passado um Se'var inteiro esperando por ele. Que todos voltassem as suas vilas e suas mulheres que deixassem a guerra,todos seriam mais  felizes! Mas são argumentos vagos nos ouvidos de um guerreiro. Ele me tomou sentindo toda  minha dor. Vi em seus olhos que aquilo também não o agradava.

Deixei minha impotência ser acalentada por seus braços, minhas lagrimas enxutas por seus beijos e meu corpo aquecido por ele. Ele me consolava enquanto me despia, enquanto tomava meu seio entre caricias de suas mãos , enquanto varria minha intimidade com seus toques arrancando de mim suspiros, gemidos, exigindo a minha entrega. Havia um modo, ele me dizia enquanto me exigia inteira. Uma ideia que ele vinha amadurecendo a meses. Também não o agradava a distancia, mas como levar com ele a Jarl Woman? Não. Não se pode levar uma mulher livre a guerra, mas uma escrava.... Aquilo me deixou confusa, mas minha mente rodava , arrebatada pelo prazer que ele me dava. Me possuía , encaixando-se dentro de mim com fúria e urgência. Ele não  me queria longe dos seus olhos, ele me queria ao seu lado, cuidando dele, aquecendo seu corpo cada vez que voltasse das batalhas. Ele me  manteria segura em seu colar.

Colar?!?! Como era antes, no principio? Escrava? Fiquei confusa e tentada devo admitir. Não era uma questão de prezar a posição que eu tinha ao seu lado como Jarl Woman, não , isso nunca importou para mim. Mas sim o que aquilo implicava. Eu tinha meus filhos e foi neles que pensei, na vergonha de ter a mãe feita escrava novamente, na perda do direito de ser mãe, mas estar com ele como no inicio me seduzia. Ele insistia na ideia. Seria pelo tempo da guerra,  ele não sabia quanto tempo teria que estar longe em guerra e dessa forma, me teria ao seu lado, depois, ele me prometia, retornaríamos a Tsirq -Jula, o colar seria arrancado, teriamos  mais filhos e todo o resto da vida para nós. E foi assim, tendo ele entre minhas pernas com os meus sentidos roubados pelo prazer que eu aceitei

- Sim.,- gemendo eu gritei. - Eu aceito o seu colar!


                                          Lady Kalandra de Draco de  Tsirq - Jula
                                                         Hy Jarl Woman






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