Bem vindo

No mundo ficiticio de Gor muitas historias se desenrolam, essa é apenas uma, nos links de blogs ha historias de outros que tem seus caminhos cruzados e costurados pela agulha do destino, suas vidas contadas nas trilhas desse mundo brutal.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MEMORIAS





Há tempos que não risco essas paginas amareladas para deixar aqui o registro de minhas memórias.Talvez seja pela dor, pelo incomodo , pela vergonha ou mesmo pelo sabor doce de algumas lembranças Eu sou Kalandra de Draco de Tsiq-Jula e acho que sempre o serei. Ha um ano atras minha vida tomou cursos diferentes do que eu imaginava. Ate hoje tento entender o porque das surpresas e provações que os Deuses guardaram para mim.

Desde que voltamos do Tahari nossas vidas ja não são as mesmas. Thassia ainda mora conosco cuidando dos doentes e feridos da vila do pai. Recusa-se a casar e o pai não parece tentando por hora força-la a tal. Nunca mais a ouvir mencionar o desejo de sair daqui ou tão pouco de ir ter com seu irmão Ivar, mas duvido que ela , assim como eu o tenha esquecido. Ivar,  meu filho declarado morto , enterrado simbolicamente pelo meu companheiro, com direito a piras, funerais e preces para que se junte a Odim. O pai não o perdoa e ainda vivo sobre a ordem de esquece-lo. Como poderia?

Draco tem vivido em pilhagens. Meses fora no mar, saqueando e construindo sua fortuna, talvez para esquecer as escolhas que se viu obrigado a fazer. Desde a ultima feira da coisa que ele agora não é somente conhecido como o Tarsk Negro, mas sim como o High Jarl do Norte. Uma aliança traçada entre os Jarls, selada com amas e promessas de unir o norte, de tomar toda e qualquer cidade que fique no caminho dos Torvies, de controlar o comercio em Lydius, restringir o acesso ao norte e colocar a qualquer preço a soberania nortenha. No meu intimo acho que ele tenta de alguma forma superar Ivar e suas conquistas.

 Enquanto isso, eu sou deixada para traz como toda mulher. Cuidando dos interesses de meu companheiro, garantindo que a vila continue sua rotina, que os portos não fechem para a chegada dos barcos mercantes, negociando e cuidando de tudo que é de nossa familia e de nossa gente. Vivendo na solidão da minha lareira, do choro das mulheres a reclamar infindavelmente de suas vidas e da falta de seus homens.  Eu nunca pedi para ser o que sou e as vezes me pergunto se é justo o preço pago por isso. Mas ha sempre a responsabilidade que a vida nos impões.

Mesmo proibido de colocar os pés em Tsiq -Jula, meu filho veio me ver. Numa estranha coincidencia, justamente quando as velas do meu esposo sumiam no horizonte, recebi a visita de Ivar. È claro que não com o rosto a mostra, mas sob o disfarce de uma lady parenta de um dos homenbs de Draco.  Houve a supresa, a alegria de rever o meu filho e o medo de que ele fosse descoberto. Mas algo mais grave aconteceu, a macula na relação pura que tinha com meu filho. Naquela noite , quando ele retirou o veu e mostrou seu rosto a mim, eu pensei que explodiria de tanta feliciadade. Ele havia sido arrancado de mim, e ainda me lembrava dos olhos dele a me indagar da decisão que o tomava e em meu coração pude ouvir o choro dele naquele dia. Mas ele ali, diante de mim com o sorriso aberto eu tive certeza que ele me perdoara.  E como mae, me pus a cuidar de minha criança.

 O tomei em cuidados e carinhos, em beijos e abraços. No extase de te-lo ali, no som de sua risadas, nas historias que ele me contava, no puxa-lo para o meu colo foi que tudo aconteceu. A boca que tomava a minha face, desceu ao pescoço, ao colo e abocanhou meu seio. Terna eu o puxei para mim, com aquele sentimento que uma mae tem em aconchegar e suprir o filho. Não houve maldade, houve amor. E quando dei por mim, as caricias de meu filho eram caricias de  homem e meu corpo se inflamava. Tentei afasta-lo , mas ja me encontrava impotente em seus braços, a boca dele exigia a minha, seu corpo mostrava a urgencia do meu. Vi meu fogo escravo desperto por ele e fui tomada em posse como so uma mulher o pode ser por um homem.  E durante a noite ele me procurou e me tomou por muitas vezes, ate cair exausto na cama ao meu lado. E foi assim durante todas as noites de sua estadia em Tsiq-Jula.

Ele partiu, deixando a saudade no meu peito. Draco retornou de suas pilhagens bem antes do que costumava retornar. A feira da coisa foi marcada. Ele voltava com planos e os queria por em pratica. Haviam se passados meses desde a visita de Ivar e não esperava reve-lo tão cedo. Logo os caminhos se fechariam com o gelo, o mar congelaria e qualquer acesso a Tsiq Jula seria impossivel. Mas qual foi a minha surpresa , quando no meio da comitiva de Gaius de Ar, amigo de Draco e mentor de meu filho, que ouvi a voz conhecida e o rosto que se desnudava desafiante ao olhos de meu marido. Ivar em pessoa estava la.

Pai e filho se pegaram   e rolaram no chão para meu desespero. Sangue escorreu dos dois e o ferimento de Draco , para espantos de todos, não fechou como de costume. Contra seu proprio sangue não havia nada que meu feitiço pude fazer. Ivar vinha com o salvo conduto de ser o pretendente a mão de Ahleena , filha de Gaius e Nidia, a palavra de Draço tinha sido empenhada e a segurança de meu filho garantida enquanto durasse as festividades. Naquela feira, meu filho foi campeão de todos os jogos. Sei que em seu intimo, assim como eu, Draco orgulhou-se dele. Foi o melhor entre os melhores e foi recebido em nosso long como todo campeão deve ser, sentou-se acima da linha do sal, e por uma noite eu vi minha familia reunida como ha anos não via. Sei que foi um consolo dos deuses ao coração de uma mãe aflita.

O pacto de aliança entre os jarls foi firmado . Logo que o inverno cedesse lugar a primavera,  que o degelo começasse a limpar os caminhos e as rotas, quando os porões estivessem cheios, o norte partiria para a guerra. Há tempos não vi o brilho nos olhos de Draco como vi naquela manha, quando os mastros ostentavam  as velas vermelhas de Tsiq-Jula. Ele partiu e ficou mais tempo longe do que de costume. Tive noticias de suas vitoris e de seus cercos. Elas chegava pela boca de mercadores, de viajantes, de trirremes que retornavam para buscar mais suprimentos , de marujos que contavam historias dos feitos dos torvies e do grande Tarsk Negro. Mas eu fiquei aqui, a espera da volta dele, como sempre o fiz, tendo o fogo por companhia, terminando as tardes com o olhar atras de velas no horizonte, fazendo minhas preces para que abençoasse meu filho distante e trouxesse meu marido de volta para mim, para que seu coração e seus pensamentos ainda fossem meus.


Então os horns tocaram , a vila se agitou em uma onda subta de alegria. As crianças correram , as mulheres levantaram suas mãos aos ceus agradecendo aos deuses. As velas no horizonte surgiam revelando aos poucos os Drakares, a dança dos remos , a ale da vitoria passada de mão em mão. Eles tinham voltado. ELE tinha voltado e meu inverno não seria mais tão frio.

                                                                                                        Lady Kalandra de Tsiq-Jula
                                                                                                                High Jarl Woman







Um comentário: