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No mundo ficiticio de Gor muitas historias se desenrolam, essa é apenas uma, nos links de blogs ha historias de outros que tem seus caminhos cruzados e costurados pela agulha do destino, suas vidas contadas nas trilhas desse mundo brutal.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Ataque




Eu tinha quinze anos e ia me casar. Minha familia havia acertado meu casamento com um jovem guerreiro do camp, Igor era seu nome. Forte, jovem e bonito, filho de uma healer e  um haruxpex. Meus pais tinham uma boa situação dentro do camp. Minha mãe era tambem uma haruspex e meu pai um prospero mercador, era ele quem vendia a maior parte dos produtos pilhados ou fabricados pelo camp.  Os casamentos eram arranjados assim, a estreita relação dos clãs era levada em conta. Meu preço havia sido pago e a data marcada. Eu aprendi o oficio de minha mãe. Aprendi a ler o futuro, a interpretar os sonhos, a conhecer as ervas e o segredo da magia de sangue. Cresci temendo os espíritos , reverenciando o grande céu e cultuando o bosk. Como todo tuchuk aprendi a montar o kaiila quase mesmo antes de andar. Eu era feliz.
Ainda me lembro daquele dia, é uma das memorias mais vivas que trago comigo.  O fogo ardia no pequeno tacho dentro do vagão. Meu pai sentado em uma das almofadas contava para mim as historias de sua ultima viagem. Minha mãe estava inquieta, há dias tinhas sonhos que tiravam a paz dela e no seu canto em silencio, jogava os ossos para que os espíritos lhe revelassem o que estaria por vir. Talvez eles quisessem a surpresa, talvez o que estava escrito era o que devia ser, e somente parte do futuro era revelado aos homens. Lembro dos gritos, da agitação do camp e do meu pai se levantar e mandar que nos escondêssemos. Estavamos sendo atacados. Homens de Turia. Logo a paz que reinava se transformava no caos. Meu pai pegou o arco, a lança e sua kiva que sempre andava presa a cintura e partiu para a batalha. Foi a ultima vez que o vi. Ainda lembro da imagem imponente, das cicatrizes que marcavam sua face. Eu estava com medo , minha mãe de adaga em punho me arrastava lamentando aos espíritos a sorte que nos reservava. Tentamos nos esgueirar entre os vagões , para chegar aos kaillas e tentar fugir dali. Eu ainda cheguei a montar e gritava agoniada para que me mãe fizesse o mesmo. Mas ela apenas tirou do cinto a pequena bolsa carregada de ouro que tinha pego antes de deixarmos o vagão . Entregou a mim e bateu no flanco do animal. Ele saiu em disparada, em meios aos gritos e lamentos, em meio ao sangue e ao fogo que tomava o camp.  Lembro de olhar para traz e ver minha mãe com a adaga em punho, lançar um grito de guerra e se perder no meio do tumulto. Ela era uma Tuchuk e não se entregaria viva.
Eu tinha as lagrimas a banharem minha face e açoitava a kailla para forçar ao maximo seu galope. Lembro de desviar dos vagões em chamas, lembro de ver as patas do meu animal pisar os corpos que caiam, eu so pensava em sair dali, em ganhar os campos da pradaria . Eu tentava achar um caminho em meio ao tumulto e não percebi quando a lança de um soldado turiano acertou meu animal fazendo ele tombar em meio a um  relincho de dor. Eu estava no chão , tentando desesperadamente me arrastar para um lugar seguro. Mãos me pegaram e me arrastaram, eu gritava ..me debatia, eu sabia qual era o fim que me esperava e com todas as forças eu tentei me livrar do que o destino parecia guardar para mim. Aquele foi meu ultimo dia livre.

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