O Norte estava prestes a
tornar-se um só. De Skerry of Var, até toda costa sul do Laurius. Kassau,
Lydius, Cardonicus e Piedmont , haviam sido dobradas sob o peso dos machados
Torvies. E Draco era o High Jarl, o grande Ubar de todo Norte. Eu o acompanhei
nos campos, durante as batalhas, aguardando sob o seu colar, seu retorno
seguro. Cada Jarl de Torvaldslands o
seguiu, trazendo seus comandantes, guerreiros, e armeiros. Uma legião de
gigantes que ia a cada parada pilhando, matando e conquistando, realizando o
sonho do Jarl em ter o Norte unido sob um único punho, o seu! Mas ainda faltava Rive de Bois, a
última grande cidade na nascente do Laurius. Bastava ela para fechar a
fronteira, a linha que delimitava os limites da grande Floresta do Norte. Subimos o Laurius confiantes da vitória, uma
massa de homens ferozes, confiantes , acostumados à vitória. Nada ficaria entre
eles e a cidade.
Mas Rive de Bois havia se
preparado. O inimigo havia sido observado
e porque não dizer, espionado? Não era segredo dos intentos de Draco, a cada
cidade que caia, deixava no povo de Rive de Bois a certeza que seriam os
próximos. Eles nos esperavam com uma surpresa vinda dos céus. Uma batalha aérea
para a qual não estávamos preparados. Thentis havia enviados reforços. Uma
aliança fechada nas sombras da guerra para derrotar um inimigo comum. Como
alcançar ferozes tarsman com machados e lanças, com flechas de arco curto? O
que eram os gigantes, transformados em anões, pelas alturas? Perdemos , e cada
Torvaldslander voltou com o gosto amargo da derrota aquele dia.
Eu o esperava, pronta para entrar
triunfante na cidade conquistada. Mas não havia lanças batendo contra escudo,
horns não foram trocados, não havia a gritaria e agitação da vitória, apenas o
pesado silencio, que eles carregavam nos rostos sujos de Sangue. Draco e seu
exercito teriam que engolir aquela vergonha.
Retornamos a Cardonicus, não
havia o que fazer contra as fileiras aéreas de Tarsman. Ali, a liderança e o
sonho de Draco começou a ser questionado por alguns Jarls cobiçosos, dos títulos
e riquezas que Draco acumulara. A inveja e a ganancia flui nos homens como
veneno no sangue. Mas só viríamos a saber disso depois. Por hora , a derrota ,
cegava e não nos permitia ver o inimigo mais próximo.
Mas onde há adversidades, pode
haver uma grande chance. E eu a vi, só precisava convencê-lo. E para alguém que
acha que os deuses olham por ele, ser a voz dessas divindades, podia ser de
grande valia. Ele precisava de Tarsman
para lutar aquela guerra de igual pra igual e quem sabe vence-la. Eu não ia
permitir que ele desistisse. Primeiro que não o ajudaria em nada, voltar ao
norte e sentar-se num trono onde ele amargaria aquele gosto para o resto da
vida. Segundo que a derrota havia abalado a certeza de muitos jarls em seguir
seu sonho, e por fim, em terceiro, era a chance de aproximar Draco de Ivar
novamente. Como? E não tinha Ivar, muitos tarsman? Não era ele mesmo o melhor
entre todos? Então eu menti. Disse que os deuses haviam falado comigo em sonho
e apontado o caminho das areias, e que vi, a cidade cair , afogando-se nos
sangue de Odin.
Não me julgue por favor. Era necessário.
Draco relutou em aceitar a ideia de pedir ajuda para o filho, mas a vontade de
vencer , endossada p elos deuses, falou mais alto . E creio, que no seu intimido,
ele também desejava rever o filho. Só
havia um único problema. Não podia ser ele a falar com o filho, ou pelos ânimos
dos dois, uma guerra poderia surgir ali mesmo. Era fundamental que alguém intermediasse
a aliança de pai e filho. Oras, quem melhor do que eu? É certo que a principio
ele não concordou, mas depois, a razão falou mais alto.
Você deve estar pensando que fui
ardilosa e manipuladora, talvez, mas fui mãe. Era a única chance que se abria
para a possibilidade de os unirem com um único objetivo, e tornar possível, pai
e filho lutarem juntos, reforçaria os laços enfraquecidos pelos tempo e pela
magoa. Política, era também o principio
que me regia. Eram dois homens difíceis, parecidos e com egos que precisavam
ser amaciados. Por isso, Tobyr foi enviado na frente com presentes que eu mesma
escolhi, o que causou certo ciúmes em Draco. Ordenei que um machado, digno dos
deuses fosse feito para Ivar, ele precisava sentir-se respeitado em seu título e valor, mas, também não
poderia perceber que o pai precisava dele, ou arrogância de Ivar colocaria tudo a perder. Teria tudo que parecer uma
oportunidade para os dois, por ele ser digno aos olhos do pai e pelo pai reconhecer nele o valor , o respeito que Ivar sempre desejou, e para isso, quanto menos os
dois falassem um com o outro seria melhor.
Eu sabia que o simples fato de ir ao encontro Ivar, seria visto por ele, como prova de que o
pai estava cedendo e meu coração não via a hora de rever o meu filho.
Lady Kalandra
High Jarl' Woman
Lady Kalandra
High Jarl' Woman
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