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No mundo ficiticio de Gor muitas historias se desenrolam, essa é apenas uma, nos links de blogs ha historias de outros que tem seus caminhos cruzados e costurados pela agulha do destino, suas vidas contadas nas trilhas desse mundo brutal.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Uma Acordo Para Thassia, Um Presente Para Kamal


A certeza que já tinha ouvido o nome do pretendente de Thássia era confirmada quando aquele garoto de cabelos vermelhos entrou acompanhado por Kamal em minha casa. O Grande Larl Vermelho. Não foi assim que Vittus, aquele garotinho que conheci em Sesrrunir, se autoproclamou? Tive que conter meu sorriso. Ele agora estava com seus dezoitos anos, tinham um rosto jovem e bonito, uma fina e esparsa barba ruiva teimava em crescer na esperança, talvez, de torna-lo mais velho. Os olhos azuis eram vividos e brilhantes, e me olhavam espantados e curiosos. As palavras pareciam presas em sua garganta. Teria ele me reconhecido? Aquilo me divertiu.

"- Sejam bem vindos a minha casa! "

Eu os saldei, Draco apenas grunhiu. Ele ainda não tinha absorvido bem a ideia de casar Thássia. 

"- Um garoto, Kalandra. Ele mal saiu das fraldas. O que está pensando? Ele não consegue empunhar um machado, como vai defender nossa filha? E ainda por cima um escriba."

Draco não via as coisas como eu. Ele era um guerreiro, o valor maior em um machado, no sangue dos inimigos banhando corpo na vitória. Mas, nossa filha, no que dependesse de mim, não ia se enterrar junto ao fogo de um longhall, para definhar aos poucos. Eu estava disposta a dar-lhe uma casta, não que isso importasse no Norte, sendo ela quem era, estava acima desses detalhes. Thássia não era igual às outras mulheres de Torvalds, não digo o gênio e a determinação, mas sim a aspiração ao estudo de Medicina. Ela se viu obrigada a abandonar esses sonhos quando o pai a trouxe de volta para casa e a manteve em Tsirq-Jula. E por Draco, ela continuaria assim.  Além do mais, alguém mais jovem que ela, permitiria que tivesse mais habilidade no trato com ele, e se ela fosse esperta, e eu esperava que fosse ela conduziria esse companheirismo de forma a ter  "liberdade" para seguir seus estudos.

Kamal, por sua vez, não lançava os mesmo olhares cobiçosos para mim. Era um homem esperto, sabia medir o território que pisava. Percebi o olhar dele vagar na direção de Meera, a escrava negra de Schendi, com a qual ele presenteou Draco.  Devo dizer que minha mente trabalhava, eu buscava resposta em cada movimento, expressão ou frase de Kamal, para as tantas perguntas sobre aquele homem que eu me fazia.  O que ele queria afinal? Apenas casar seu pupilo com nossa filha? Ou haveria algo por trás disso?

Ivar nos acompanhou durante o jantar. Achei por bem que ele participasse, afinal era o irmão de Thássia e, se Kamal desejava algo de nós, era bom que soubesse que havia uma aliança entre o Norte e o Oásis de Saphir , e desconsiderasse , qualquer intenção de voltar-se contra Ivar. Por outro lado, Ivar estava tão curioso quanto nós para saber dos planos e proposta de Kamal. Meu filho, já tinha deixado claro no acordo com o pai, que desejava o País do Sal.

Tentei conduzir o jantar da forma mais amena possível, apagando um ou outro sinal de incêndio que ameaçasse acabar com o encontro. Não queria que nosso convidado se sentisse , de alguma forma , constrangido ou ofendido, em minha casa. O contrato de companheirismo entre os dois me interessava. O garoto vinha de uma alta casta, tinha um nome solido por trás de si, compartilhava o amor pelo conhecimento que minha filha tinha e era de uma amabilidade sedutora, uma companhia agradável. Eu estava convencida que seria perfeito para Thássia. Restava convencer Draco,

Ele relutou, mas por fim, determinou o preço da noiva. Nem mesmo a filha do Ubar de Ar, teria um preço tão elevado. Desconfio que ele imponha o alto valor , na intenção de fazer o pretendente desistir. Mas para nosso espanto, Vittus aceitou o preço , e a Draco, não restou muita opção a não ser , se conformar.

Vittus partiria em comitiva para o Norte, assim que os arranjos estivessem prontos. O casamento se daria o mais rápido possível, em Lydius, diante de todo povo do Norte como testemunha.  E eu tinha tanto para arrumar, um casamento para providenciar! Mas claro, como boa anfitriã, não me esqueci de retribuir a gentileza de Kamal, para meu companheiro. Uma mulher livre, de beleza ímpar, filha de um Ubar de Schendi, dada como escrava, era um presente e tanto, eu devia supera-lo. Não, eu não daria outra escrava. Você pode consegui-las em cada rua das marcas de qualquer cidade, ou nas caravanas de mercadores que correm Gor. Uma escrava mais bonita que a outra. Meu presente era tão belo , nobre e até mais caro. Com a ajuda de Ivar que conhecia a região , e a de Tobyr, eu comprei para Kamal, um belo garanhão negro. Digno de um Ubar. Uma beleza negra e selvagem sobre quatro patas, capaz de despertar a inveja ate mesmo dos deuses. Eu disse selvagem, sim, e no sentido literal da palavra. Segundo o dono do animal, ele era indócil, impossível de ser montado, já havia derrubado seus melhores cavaleiros e avançado contra eles, tentando arrancar pedaços de suas carnes com suas duas fileiras de afiados dentes. Bem, ele me pareceu perfeito!

Os olhos de Kamal brilharam quando viu o Kaiila com o qual eu o  presenteei. Já Draco, me olhou com  a fagulha do ciúme acesa no olhar. Era como se me perguntasse: "Por que nunca ganhei de você um presente assim?" Oras meu querido, simplesmente porque te amo! E naquela noite, sonhei com Kamal, sendo derrubado pelo maravilhoso kailla , que saltava sobre ele, mordendo, tentando arrancar um pedaço daquela carne morena. Acordei sorrindo!


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